Exaustão
Cabeça pesada, ombros descaídos, olheiras, sonolência, cansaço acumulado... sensação de saturação...
O desgaste é corrosivo, a falta de sono é assassina do bem estar interno.
Os pensamentos começam a ficar desconexos, a articulação de ideias principía a falhar, os raciocínios tornam-se turvos e incoerentes.
As vontades, de imensas, passam a ténues e esparsas, qual lareira em que as chamas deixam de crepitar para apenas uma pequena combustão ir exaurindo a lenha lentamente.
O corpo agacha-se, o espírito aninha-se... a falência múltipla ganha terreno e espreita, aguardando uma oportunidade para açambarcar mais um ser, para devorar mais uma mente desprotegida.
A depressão quase se afigura como um bálsamo, a plenitude das faculdades mentais mais se apresenta como um desespero.
Haverá o tal ponto de não retorno? O ponto em que a lucidez se extingue definitivamente?
Ou será apenas o caso de a mão que nos ajuda a erguer ser a mesma que nos atirou ao chão no instante anterior? Ora, reerguer algo é bem trabalhoso.
E doloroso.
Saudoso o tempo do sono que trazia o sonho e o descanso. Agora só memórias, e a destruição de supostas verdades ilusórias.
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