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sou um pardal ateu e é isso...

domingo, março 05, 2006

Auto-retrato, descrição de uns amigos e afins...

Eu num dia mau -
Reles pedaço de matéria e reduto de limitada inteligência, pavoneio-me pelo mundo, ignorando-o e deixando que ele me absorva. Não tenho objectivos de vida, porque não tenho vida, nem sei se ela me tem a mim. Demoníaco provocador, perfurador de âmagos alheios, advogado do diabo, semente de questionamentos profundos... enfim, um verdadeiro verme nojento cuja paquidérmica languidez não é mais que uma névoa aterradora. Evitem-me. Se me virem na rua, mudem de passeio. Se me ouvirem falar, encham os ouvidos com cera ou algodão. Se estiverem a ler isto, parem imediatamente, pois serão ainda mais cretinos que eu. Fujam todos. Eu também ando fugido... não, não é da PSP... nem de ninguém que não seja, talvez, eu próprio a flutuar num universo paralelo, no qual todos os elementos que compõem o poderoso lobby do aeroporto da Ota aparecem mortos e desmembrados por uma população em fúria, verdadeiramente enlouquecida.


Eu num dia bom -
Sou um anão gigante, com olhos e uma mentalidade de periquito tropical. Não publico a minha foto porque sou muito reservado, apesar de não ser quarto de hotel. adoro comer souffle de formiga brava da África Austral e normalmente sou anormal. Perdi os medicamentos, o que faz com que me babe com frequência, especialmente quando vejo o Bambi na televisão. Não uso drogas, porque não tenho braços. Vendi-os a um traficante de órgãos para comprar um leitor de DVD. Gosto de tomar banho e também gosto de não tomar banho. Tudo tem dois lados nesta vida. O da frente e o de trás. E ambos são interessantes, pelo menos quando falamos de gajas boas. Vivo em Saturno e trabalho em Júpiter. Quando saio à noite, planto bróculos e perturbo jovens casais apenas para me rir.


Pedro -
O Pedro é um grande furnle. Creio mesmo que seria um fernunle se não fosse o facto de prrr.... Ahahahah! Por momentos, senti-me possuido pela loucura. Isto passa. O médico diz que acontece de vez em quando... e para eu não me assustar muito se nestas alturas me aparecer algum cadaver no frigorifico. Curioso... o médico disse o mesmo do Pedro. Mas o Pedro é um bom amigo. Ainda me lembro das grandes cenas que passamos juntos. Uma delas foi quando ele se lembrou de fazer um genocídio no Centro Cultural de Belém. E o pessoal que lá estava delirou com a cena porque pensavam que era teatro moderno. Isso até terem todos as tripas de fora, e pedirem misericórdia, enquanto o Pedro se babava com essas cenas. O êxtase tomava conta dele. A incontinência também. Continua assim Pedro, és um gajo espectacular... e quando sentires aqueles tremores no braço derivados dos teus impulsos homicidas, é só chamar. Podemos ir ao shopping, desta vez... já imagino centenas de cadáveres...


Um certo tipo que eu e o Pedro conhecemos... -
Sou um engenheiro com o 9º ano e tento há dez anos fazer matemática do 12º ano. Se não consegui é porque a culpa foi do governo que não assinou nenhum decreto para me passar. Sim, porque eu conhecia um amigo que era o braço direito do Sócrates na área dos decretos! Infelizmente, morreu num desastre de viação quando me vinha entregar preciosos documentos! Sónia, minha cabra, traz-me os meus charutos! Rápido, antes que te dê um biqueiro. Já chega quando deitas sangue da boca por te ter arrancado os dentes um a um com um alicate que o meu tio me emprestou. Esse boi, ainda por cima, a empresa é mais minha do que dele, aliás, eu tentei convencê-lo a montar uma pizzaria, para fazer concorrência à Pizza Hut, eu até disse que tinha visto um documentário no canal História sobre pizzas no século XX e arrasávamos com a concorrência. Sónia, minha puta, onde está o charuto?! Pega um soco e não digas que vais daqui. Bem, mas é bem feito. Cavaco, amigo, vê se pões ordem na casa, que esses palhaços perderam o Norte. E se precisares de mim para alguma função, já sabes! Conta comigo. Esperem só um bocadinho enquanto pego na serra eléctrica para cortar a Sónia em pedaços. Ela de vez em quando porta-se mal e eu tenho que a castigar! Aprende, Cavaco. Faz o mesmo. Cala-te, Sónia, não grites mais! Foi só um braço, minha querida. Isso passa!
Bem, tenho que ir. Os alemães estão à minha espera. Vou-lhes ensinar como em São Paulo pode nevar na marina!
Pedro, palhaço, deves estar a roer-te de inveja, por não seres como eu! Eu dei momentos em Física! Eu tive 18! Eu liguei um rádio amador à antena de televisão! Eu conheço um Boeing 767 da Lufthansa só de o ouvir! Eu mostrei o meu cano à vizinha! Eu ensinei o teu pai a coçar os tomates! Eu sou mais que um pai para ti, e tu trais-me! Sónia, cala-te com o choro ou corto-te o outro braço! Um abraço para o palhaço do Aires e para o cabrão do Rodrigues!