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sou um pardal ateu e é isso...

terça-feira, agosto 22, 2006

Exangue

Eis que encarnara o martírio,
Fazendo uma ponte até ao delírio
De tão lúcido se tornara plano
Trotando no pasto qual garrano
Nem de propósito, nem por desleixo, se poderia designar uma questão de métrica
Apenas fonética
Avessa à ética
tal como o pêlo saliente no queixo.
Faltava o que ainda falta:
A sabedoria plácida
Sobrava a palavra ácida
A sentença que (se) exalta

Reles trova que troa
Pedaço de pão que se esboroa
Nuvens fumegando
Formigando
Esmigalhando
O que endeusas à toa

Os lamentos se confundem na penumbra
E desembocam na opulência dos gemidos,
Em simultâneo inertes e garridos
Desse galo algoz que nos assombra.

Desafio o recato e desacato,
Esse regato que não sobrepuja um fio
De liquido acrílico e putrefacto
Alisas a gravata deste facto
Expeles o rudimento do teu tacto e vomitas excreções
Apresentas lacerações
E desmaias quando te tiram o pio.

Convenhamos que és inconveniente
Pausas entre o picante e o ardente
Se te classificasses em língua precisa
Jamais te denominarias poetisa
Tuas rimas são actos falhados
Queixumes embotados
Desabafos de fel e candura
Garatujas no papel a amargura

Abandona teus desígnios antigos e remelentos
E aceita que teus odores são pestilentos
Causa a revolta da revolta,
Dessa energia que anda envolta
No áspero e decrépito celofane
Na tua tumba que alguém profane

Grita a dor do silêncio ausente
E dói o silêncio do grito presente
O que tanto te faz ir em frente,
Senão o desejo daquilo que se sente
Abraça-te para me sentires
Na tentativa de te redimires
E despe o teu corpo de preconceitos
Desinfecta tua alma dos ideais desfeitos

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

*blushed*

Para deixar um olá e um abraço :).
Desculpa a completa ausência, mas como tu dizes e bem: a vida é mais forte que os nossos planos.;)
Espero que te mantenhas igual ao que és...um rabanete dourado no bolso dum mendigo.;p

Keep up writing master pieces.:)*
Lyd

11:15 da tarde  

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